Pesquisadores da Escola de Farmácia e do Departamento de Engenharia Química e Ambiental da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, em parceria com uma equipe internacional, desenvolveram um material bioinspirado com potencial para regenerar o esmalte dos dentes – camada que protege os dentes contra danos e cáries. O estudo foi publicado nesta quinta-feira (13) na revista Nature Communications.
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O gel inovador pode ser aplicado de forma semelhante aos tratamentos convencionais com flúor, mas sem conter a substância. À base de proteínas, ele imita o comportamento das proteínas naturais que, durante a infância, orientam o crescimento do esmalte dentário.
Ao ser aplicado, o produto forma uma película fina e resistente que preenche fissuras e buracos, funcionando como um “andaime” para novos minerais. Ele absorve íons de cálcio e fosfato da saliva e estimula o crescimento controlado de cristais por meio de um processo chamado mineralização epitaxial. O resultado é a integração dos novos minerais ao tecido natural, restaurando a estrutura e as propriedades originais do esmalte.
Além disso, o gel pode ser usado sobre a dentina exposta – camada interna do dente – criando uma superfície semelhante ao esmalte. Essa aplicação pode ajudar a tratar a hipersensibilidade dentinária e melhorar a adesão de restaurações.
A degradação do esmalte é uma das principais causas de cárie dentária, condição que afeta quase metade da população mundial e pode levar à perda de dentes e até contribuir para doenças como diabetes e problemas cardiovasculares.
Atualmente, o esmalte perdido não se regenera naturalmente e os tratamentos disponíveis, como vernizes de flúor, apenas aliviam os sintomas. “O esmalte dentário tem uma estrutura única que protege os dentes contra agressões físicas, químicas e térmicas”, explicou o pesquisador Abshar Hasan, autor principal do estudo. “Nosso material promove o crescimento de cristais de maneira organizada, recuperando a arquitetura do esmalte natural saudável”, completou.
