A análise se valeu de dados oficiais atualizados até 22 de agosto, quando o país registrava 3.896 casos notificados, sendo que o primeiro foi em 9 de junho deste ano. A pesquisa que o aumento de casos está associado à falta de controle sobre a transmissão da doença e que por isso, há recomendação para coordenação intensa de testes, além do rastreamento de contatos e isolamento de pessoas que positivaram para a doença.
“Monkeypox é uma infecção viral zoonótica, ou seja, que pode se espalhar de animais para seres humanos e também entre humanos. No entanto, a grande maioria dos casos parece ser transmitida por contato direto com as lesões na pele”, relatou ao Jornal da USP o professor Fredi Alexander Diaz-Quijano, da FSP, um dos responsáveis pelo estudo.
Diversos CROs (Conselhos Regionais de Odontologia) já se manifestaram sobre os cuidados que o dentista deve ter durante consultas a pacientes, bem como alerta sobre sinais que possam corroborar a um diagnóstico positivo da doença. Segundo o CDC (Center for Disease Control and Prevention), dos Estados Unidos, lesões orais podem ser verificadas em cerca de 75% dos casos e surgem na boca antes de se espalharem pela pele. A evolução das lesões dura aproximadamente uma semana e progride através de cinco estágios:
- macular
- papular
- vesicular
- pustulosa
- úlcera
O cirurgião-dentista, bem como a população em geral, devem estar cientes que, depois do contato inicial com o vírus, há um período de incubação que dura de uma a duas semanas. Após esse intervalo, incia-se o período prodrômico da doença com surgimento de sintomas caracterizado, predominantemente, por febre, cefaleia, mal-estar, fraqueza, dor muscular entre outros sintomas.
Monkeypox
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a principal forma de transmissão da doença é pelo contato próximo a pessoas que já estejam infectadas e que apresentam sintomas de lesões ativas. Fluídos corporais, gotículas respiratórias e sexo também são formas de contágio.
“Importante destacar que úlceras, lesões ou feridas que manifestam na boca desses pacientes também podem ser altamente infecciosas, o que significa que o vírus pode se espalhar por contato direto com a boca, gotículas respiratórias e aerossóis de curto alcance. Os mecanismos de transmissão pelo ar da doença ainda não são bem compreendidos e estudos estão em andamento para maiores esclarecimentos”, diz orientação assinada pelo CRO-GO.