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Câncer bucal pode ser combatido com visita ao dentista

Pesquisa que relaciona higiene bucal e visitas ao dentista na prevenção do câncer foi realizada entre 2011 e 2014, pela Ohio State University. 

câncer
Utilização de fio dental e boa higiene bucal também é forma de prevenção, diz pesquisa

Pesquisadores da Ohio State University Comprehensive desenvolveram um novo estudo, em que eles analisaram o comportamento de pacientes que foram diagnosticado com câncer bucal. A instituição fez um comparativo entre pacientes sem câncer que se consultaram nas clínicas da universidade com os que foram ao consultório por outras razões, como tontura ou dor de ouvido. Todos os pacientes do estudo responderam à pesquisa que inclui perguntas sobre a frequência com que usam o fio dental, quantas vezes foram ao dentista, atividade sexual e se fumavam ou bebiam álcool.

O câncer bucal pode ser dividido em duas categorias: aquelas impulsionadas pelo HPV (Vírus do Papiloma Humano), que é sexualmente transmissível, e os que não são, disse o autor  principal do estudo Jitesh Shewale, bolsista de pós-doutorado do University of Texas MD Anderson Cancer Center in Houston, em Houston. (Fumar e beber são fatores de risco para o câncer bucal e não HPV.)

Depois de ajustar para fatores como idade, sexo, nível socioeconômico e raça, os pesquisadores descobriram que as pessoas que são HPV-negativas que iam ao dentista pelo menos  uma vez por ano tinham quase o dobro do risco de desenvolver câncer bucal, em relação àqueles que iam mais do que uma vez por ano.

Da mesma forma, as pessoas que foram diagnosticadas com HPV-negativas que usavam fio dental pelo menos  uma vez ao dia, tinham mais de duas vezes o risco do que aqueles que usavam o fio dental mais vezes ao dia. Por outras palavras, a falta de higiene bucal estava ligada ao aumento do risco de câncer, entre os que não tinham HPV. O estudo não encontrou associação entre a má  higiene bucal e o câncer bucal naqueles que foram igualmente diagnosticados com HPV.

O ESTUDO

Os pesquisadores supõem que o microbioma oral pode desempenhar um papel na associação entre higiene bucal e o risco de câncer. Em pesquisas anteriores, cientistas da mesma equipe encontraram evidências de que “más práticas de higiene bucal causam uma mudança no microbioma oral”, disse Shewale à Live Science. Essa mudança “promove a inflamação crônica e [pode levar] ao desenvolvimento de câncer”.

O câncer bucal positivos para HPV afetam principalmente a base da língua e da região das amídalas, enquanto o câncer negativo ao HPV afetam principalmente as cavidades orais, que são mais afetadas pela higiene bucal, acrescentou Shewale à mesma revista.

Denise Laronde, professora associada de odontologia da  University of British Columbia, que não fez parte do estudo, disse que a nova pesquisa foi “interessante”, mas acrescentou que era muito cedo para tirar conclusões, já que o estudo encontrou uma associação entre higiene bucal e risco de câncer, mas não mostrou uma linha de influência de causa e efeito.

Ainda assim, “muitas vezes as pessoas olham para a sua saúde bucal como  algo quase sempre desconectado do resto do corpo”, comentou Laronde  ao Live Science. “Mas muitas doenças sistêmicas refletem-se na saúde bucal e vice-versa.”

Laronde acrescentou que a nova pesquisa pretende aumentar a conscientização sobre a importância do uso do fio dental. “Você não está apenas a usar o fio dental para manter os dentes, você está a usa-lo para manter sua saúde”, disse

Fonte: Oral Cancer Foundation (Yasemin Saplakoglu), Jornal Dentistry

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