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BOCA SECA: Quando um problema comum pode se tornar um grande risco à saúde bucal

Imagem: Dentaid/Reprodução/Ilustrativa

Talvez você não saiba, mas um adulto pode produzir de 1 a 2 litros de saliva por dia! Essa informação pode ter causado alguma impressão em você que está aí do outro lado da tela, até porque você possivelmente pode ter se perguntado: como eu produzo tudo isso? Pra onde vai toda a saliva? Nos dias em que eu bebo menos água, será que continuo produzindo a mesma quantidade? 

As glândulas salivares são as responsáveis pela produção de saliva e, como peça fundamental do corpo humano, elas não deixam de trabalhar por um minuto sequer, ao menos se algo de errado está acontecendo. Como seres humanos, temos três glândulas salivares maiores, sendo elas a parótida, a sublingual e a submandibular, além de outras glândulas menores que são distribuídas entre toda a região que permeia a mucosa oral.

Apesar de produzirmos, diariamente, uma quantidade significativa de saliva, vez ou outra a queda de produção pode acontecer. Em muitos casos, a boca seca – ausência de saliva – pode estar relacionada à uma dieta com muito sal, ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas, à ingestão de alguns tipos de medicamentos (como o uso de corticóides, por exemplo), ao avanço da idade e até mesmo alguma doença ou condição rara.

A xerostomia, como é chamada pela medicina a síndrome da boca seca, pode levar a diversos diagnósticos que devem ser tomados em conta pelo paciente que relata a sua presença.

“Os pacientes com xerostomia queixam-se de desconforto para deglutir ou falar, paladar alterado e ardência bucal [2]. Além disso, a diminuição do fluxo salivar pode trazer complicações como aumento da incidência de cárie e doenças fúngicas (candidíase e queilite angular, por exemplo) e retenção insuficiente da prótese [4,6]. Devido às queixas e complicações, a hipossalivação não pode ser desvalorizada, uma vez que pode ter um importante impacto negativo na qualidade de vida do paciente [7].”, é o que relata um artigo científico produzido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Uma condição rara, que afeta cerca de 2% da população mundial e também causa xerostomia, é a Síndrome de Sjögren, uma doença autoimune, que pode ser caracterizada pela inflamação de algumas glândulas do corpo humano, entre elas, as glândulas salivares. A Síndrome de Sjögren também causa secura nos olhos e na pele.

A boca seca pode dificultar a mastigação, além de provocar mudanças no paladar. A baixa na produção de saliva também pode ser um fator crucial para o aparecimento de cáries e, consequentemente, perda dos dentes. Essa condição que adoece a região bucal também pode se transformar em infecções causadas pelo aumento de fungos.

Quando em condições normais,  a produção de saliva auxilia até mesmo na higienização oral, prevenindo mau hálito e cáries, por exemplo. Mas claro, não exime as práticas de escovar os dentes e o uso de fio dental, que devem ser realizadas diariamente para uma qualidade da saúde bucal.

Se você chegou até aqui e notou que já “teve” xerostomia, alguns pontos podem ser elucidadores: é normal ficar com a boca seca durante dias muito quentes ou depois da prática de exercícios físicos mais intensos. Para a sua prevenção, basta se hidratar de maneira adequada. Em adultos, a ingestão de 2 litros de água por dia é o recomendado.

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Imagem: Ilustrativa/Pexels

Pessoas com dietas não muito equilibradas, que consomem alimentos com grandes porções de sódio, que fazem ingestão de bebidas alcoólicas com frequência ou que são fumantes também podem se queixar da síndrome da boca seca. Nesses casos, uma readaptação da dieta, diminuição do consumo de bebidas alcoólicas e o distanciamento da nicotina são pontos cruciais para uma melhora dessa condição.

A xerostomia, por muitas vezes, pode ser apenas uma disfunção oral, causada por alguma variação não prejudicial à saúde, contudo, em outros casos, pode ser sinal de disfunções no corpo e até mesmo uma condição rara. Para estar atento à sua saúde, busque sempre o aconselhamento odontológico e médico adequado.

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