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Bactérias encontradas na região bucal estão ligadas a casos de hipertensão, aponta estudo dos EUA

Journal of the American Heart Association; Jornal da Associação Americana do Coração; Hipertensão; Pressão alta; Bactérias orais; Bactérias;

Imagem: Ilustrativa/Reprodução/Pexels

Um estudo realizado com mais de 1.200 mulheres com média de 63 anos de idade e publicado no Jornal da Associação Americana do Coração vinculou a presença de 10 bactérias encontradas na região bucal com o risco maior de desenvolvimento de hipertensão nesse público analisado.

Enquanto outras pesquisas indicaram que a pressão sanguínea tende a aumentar em pacientes diagnosticados com doenças periodontais, os pesquisadores que desenvolveram este estudo acreditam ser o primeiro a fazer a associação entre a presença de bactérias orais e o desenvolvimento de hipertensão.

Um dos autores deste estudo, o Professor e PhD Michael J. LaMonte, da Universidade de Búfalo, em Nova Iorque, afirmou que desde que a associação de doenças periodontais e hipertensão prevalecem em adultos, uma relação entre as bactérias orais e o risco de hipertensão pode ser estabelecido, disse o pesquisador.

Durante os anos de 1997 a 2001, os pesquisadores deste estudo avaliaram cerca de 1.215 mulheres no período da pós-menopausa. Durante a pesquisa, foram registradas a pressão arterial e colhidos materiais referente à placa bucal abaixo da linha da gengiva, que, de acordo com a literatura, é o lugar onde as bactérias mantêm a gengiva saudável, mas que também podem ocasionar as doenças periodontais.

O uso contínuo de medicamentos e o estilo de vida das pacientes analisadas neste estudo também foi observado, passando por uma avaliação para constatar se haveria ligações entre essas bactérias e o diagnóstico de hipertensão em mulheres mais velhas.

De acordo com os dados divulgados pelo estudo, 35% das participantes foram diagnosticadas com pressão sanguínea normal; cerca de 24% foram diagnosticadas com pressão sanguínea elevada e 40% das mulheres estudadas foram diagnosticadas com hipertensão de fato.

O estudo também identificou 245 novas cepas de bactérias nas placas analisadas. Quase um terço das mulheres que não foram diagnosticadas com hipertensão ou que não realizavam qualquer tratamento para hipertensão no começo do estudo foram diagnosticadas com pressão alta durante o período de acompanhamento, que durou quase 10 anos.

Com esta analise, descobriu-se que:

Esses resultados se mostraram consistentes, mesmo depois de considerar fatores demográficos, clínicos e de estilo de vida, que também influenciam no desenvolvimento da pressão alta.

Mais de 70% dos americanos acima dos 65 anos de idade são diagnosticados com hipertensão. Essa faixa etária é a que mais cresce nos Estados Unidos, tendo uma população acima de 65 anos estimada em 95 milhões de pessoas até o ano de 2060. Até lá, serão duas mulheres acima de 65 anos para cada homem nesta mesma faixa etária, segundo o que aponta o censo de 2020 americano.

Ainda, de acordo com a Associação Americana do Coração, cerca de metade dos adultos americanos tem pressão alta e muitos sequer sabem que têm a doença. A pressão alta é um grande fator de risco para doenças cardiovasculares e infarto.

FONTE

American Heart Association. “Some oral bacteria linked with hypertension in older women.” ScienceDaily. ScienceDaily, 2 March 2022. <www.sciencedaily.com/releases/2022/03/220302092705.htm>.

 

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