A Folha de S. Paulo trouxe no final do último mês uma reportagem que relaciona a privação de sono e uma bactéria na gengiva ao surgimento do Alzheimer. As análises foram desenvolvidas por universidades americanas e coordenadas pelo pesquisador David Holtzman, da Universidade de Washington. Os estudos foram foram publicados na revista Science.
A pesquisa traça os elos entre a doença e a bactéria Porphyromonas Gingivalis. Uma patente de medicamento que bloqueia a ação desse micróbio já foi reivindicada por um outro grupo de pesquisadores americanos, liderada por Stephen Dominy, na empresa de biotecnologia Cortexyme, em San Francisco.
Segundo a reportagem, apesar de as origens do Alzheimer terem sido amplamente estudadas nas últimas décadas, não havia ainda uma compreensão geral da doença. Ainda não havia pistas detalhadas sobre a relação de causa e efeito entre a bactéria e a doença: seria compreensível que pessoas em estágio inicial da doença degenerativa simplesmente esquecessem da saúde bucal e tornassem-se mais propensas a serem infectadas com a bactéria.
Novos dados levantados pela equipe de Dominy, entretanto, traçaram uma relação causal entre os dois fatores. Camundongos infectados com o micróbio por via oral, tiveram o cérebro invadido pela bactéria , com efeitos moleculares que lembram os do Alzheimer. Outro ponto promissor na pesquisa é a identificação de proteínas e DNA do micróbio em praticamente todos o cérebros infectados com a doença.
Caso haja a confirmação de mais pesquisas sobre esses dados, será possível combater a bactéria e, consequentemente, o mal de Alzheimer. Confira a reportagem da Folha de S. Paulo na íntegra.