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Apneia pode ter intensidade identificada pela língua

Apneia pode ser identificada pela língua

Apneia pode ser identificada pela língua

A apneia ocorre durante o sono, leva à falta de oxigenação do organismo e, a longo prazo, está associado a diversas patologias, como infarto e demência

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) estão trazendo novas perspectivas para a avaliação da gravidade da apneia obstrutiva do sono (AOS), uma condição em que a respiração é interrompida repetidamente durante o sono.

Seus estudos apontam para uma análise conjunta do volume da língua, das vias aéreas e da mandíbula, além da utilização da classificação de Mallampati, que é originalmente empregada para prever a dificuldade de intubação de um paciente. As informações são do Jornal da Usp.

A classificação de Mallampati avalia o volume de elementos da via aérea superior, como o palato mole, fauce, úvula e pilares amigdalianos, atribuindo uma classificação de 1 a 4.

Quanto mais alta a classificação, mais estreita é a via aérea, tornando a intubação mais difícil.

Os pesquisadores identificaram uma correlação entre uma classificação de Mallampati mais alta e casos mais graves de apneia obstrutiva do sono, corroborando resultados anteriores.

Os resultados deste estudo foram publicados no “Jornal Brasileiro de Pneumologia” no artigo intitulado “Tongue size matters: revisiting the Mallampati classification system in patients with obstructive sleep apnea.”

A apneia obstrutiva do sono é caracterizada por obstruções na via aérea durante o sono, resultando em múltiplas interrupções na respiração.

Essa condição, que pode ocorrer até 100 vezes por hora, tem sérias consequências para a saúde, incluindo um aumento do risco de doenças cardiovasculares, infarto, acidente vascular cerebral e outros problemas de saúde.

A pesquisa envolveu 80 homens submetidos a avaliações clínicas, tomografias das vias aéreas e polissonografias para analisar a qualidade do sono.

A classificação de Mallampati foi usada para padronizar a análise. Além disso, a pesquisa destacou a relação entre o tamanho da língua e a obesidade, sugerindo que o aumento de peso corporal pode levar a um aumento do volume da língua, afetando o desenvolvimento da apneia obstrutiva do sono.

A apneia obstrutiva do sono é uma condição que afeta indivíduos de todas as idades e gêneros, mas é mais comum em homens após os 50 anos. A obesidade é o principal fator de risco associado à doença.

Os sintomas da apneia incluem ronco, interrupções na respiração durante o sono, sono não reparador, dores de cabeça matinais, dificuldades de concentração e sonolência diurna.

Essa pesquisa tem implicações significativas na escolha de tratamentos para a apneia obstrutiva do sono, fornecendo insights sobre a importância da avaliação do tamanho da língua na decisão de utilizar dispositivos respiratórios como o CPAP.

Além disso, destaca a relevância da classificação de Mallampati na avaliação dos pacientes e reforça sua utilidade.

Embora a prevenção seja desafiadora, uma abordagem personalizada pode ser mais eficaz para tratar a apneia obstrutiva do sono, levando em consideração a anatomia das vias aéreas de cada paciente.

Mais pesquisas são necessárias para entender completamente os mecanismos envolvidos nessa condição e como ela pode ser tratada de forma mais eficaz.

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