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Dente não empurra outro dente — entenda como ocorre o apinhamento

Dente não empurra, encosta ou contata diretamente com um outro dente. As reabsorções, quando ocorrem por proximidade, são resultantes de fenômenos biológicos relacionados, como folículo pericoronário interposto entre os dentes. É o que afirmam os professores Alberto Consolaro e Mauricio Cardoso, em um artigo publicado na Journal of Clinical Dentistry and Research (JCDR), edição v15n1, intitulado Apinhamento envelhece a boca: é normal ou patológico? Dentes não se contatam e nem empurram uns aos outros. Eles lecionam na Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB-USP) e no programa de pós-graduação em Ortodontia da São Leopoldo Mandic (Campinas/SP), respectivamente.

apinhamento
Apinhamento dentário inferior em paciente adulto jovem (Foto: Reprodução JCDR)

De acordo com os professores, muitos ainda explicam o apinhamento dentário anteroinferior como resultado da pressão direta dos dentes posteriores, principalmente dos terceiros molares, sobre os dentes localizados à sua frente na arcada dentária, quase que simulando a clássica cascata em queda sucessiva, ou efeito dominó, de uma pedra sobre a outra. No artigo, eles procuram esclarecer como isso de fato ocorre nos tecidos pericoronários, periodontais e ósseos, de maneira didática e ilustrada.

“Os dentes não se contatam entre si, não encostam a sua estrutura mineralizada com estrutura mineralizada! Em suma, pode-se dizer que um dente não empurra o outro por contato. Um dente não reabsorve diretamente outro dente: sempre haverá interposição de tecidos moles, representados por conjuntivo fibroso rico em clastos e outras células associadas ao processo reabsortivo de tecidos mineralizados, como os osteoblastos e macrófagos”, diz o texto.

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Eles explicam que isso ocorre mesmo em espaços e interfaces entre dentes cujas imagens radiográficas e tomográficas sugiram contato direto entre os dois dentes, mesmo que seja entre um dente permanente e um dente decíduo. “O apinhamento resultante do desequilíbrio entre os fatores que o mantêm estável na arcada dentária pode ser encarado como natural do envelhecimento ou como uma alteração patológica”, dizem.

No entanto, essa diferença conceitual quanto à sua natureza ainda precisa ser esclarecida por evidências ainda não disponíveis na literatura pertinente. “Mesmo no apinhamento, com uma máxima aproximação dente a dente, o espaço periodontal está mantido pela função exercida pelos restos epiteliais de Malassez ao liberar o EGF, ou Fator de Crescimento Epidérmico ou Epitelial”, finalizam.

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