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Italiana Ambrosina Michelotti fala à DPJO

A italiana Ambrosina Michelotti, uma das maiores pesquisadoras das áreas de Ortodontia, Disfunções Temporomandibulares e Dores Orofaciais, é a entrevistada da edição v23n2 da Dental Press Journal of Orthodontics (DPJO).  Um time de experts, coordenados pela pesquisadora Ana Claudia Conti, tiveram a oportunidade de questioná-la em relação a suas pesquisas, protocolos clínicos, diagnósticos, opiniões, entre outros assuntos.

ambrosina michelotti

“Acompanho de perto suas publicações, pois também estou envolvida nessas linhas de pesquisa, e tenho muita admiração pela sua competência. Quando, em 2011, tive a oportunidade de ser apresentada a ela em um congresso da Academia Europeia de Dores Orofaciais, pude constatar que, além de inteligente e dedicada, sua simpatia e alegria se destacam. Desde então, foram vários encontros em congressos”, conta Ana Claudia.

Ambrosina Michelotti é professora nos cursos de graduação e pós-graduação em Ortodontia e DTM da Università degli Studi di Napoli Federico II, em Nápoli, na Itália, instituição onde é responsável pelo mestrado em DTM e Dor Orofacial. Já publicou mais de 100 artigos em periódicos italianos e internacionais e foi presidente de diversas entidades europeias. É editora associada do European Journal of Oral Science e do Journal of Oral Rehabilitation, além de consultora de diversos outros periódicos em todo o mundo.

Confira um trecho da entrevista:

Ana Cláudia Conti – No Brasil, a Ortodontia e a Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial são duas especialidades distintas. Como é o processo educacional desses dois tópicos na Itália? Como você, como ortodontista, divide seu tempo entre essas duas especialidades?

Ambrosina Michelotti – Na Itália, os programas de especialização em Ortodontia duram três anos e não possuímos especialização em DTM e Dor Orofacial. Assim, a formação nessa área provém de conhecimentos adquiridos no curso de Odontologia ou em programas de mestrado. O programa de pós-graduação em Ortodontia da Università degli Studi di Napoli Federico II é um programa de quatro anos em tempo integral, no qual os alunos tratam tanto pacientes ortodônticos quanto portadores de DTM/dor orofacial, e terminam como especialistas em Ortodontia e mestres em DTM e Dor Orofacial.

Eu, em particular, divido de forma igualitária, entre a Ortodontia e a DTM, meu tempo clínico, de pesquisa e como professora. Do ponto de vista clínico, trato de forma distinta pacientes ortodônticos e de DTM. Em casos específcos, o tratamento dos pacientes é planejado de maneira multidisciplinar, junto com especialistas
de outras áreas.

Bruno Furquim – Qual a sua opinião sobre o uso da toxina botulínica no tratamento da DTM miofascial?
O uso da toxina botulínica é aprovado pela FDA (Federal Drug Association) para o tratamento de enxaqueca crônica, distonia cervical, hiperidrose axilar, estrabismo, blefaroespasmo associado à distonia e espasticidade dos membros superiores. O efeito da toxina dura entre 2 e 6 meses. Com frequência, a toxina tem efeito analgésico, que ocorre logo e dura mais tempo do que seu efeito no tônus muscular. Entretanto, faltam evidências dos efeitos das toxinas botulínicas na maioria dos tipos de dores.

Ambrosina Michelotti –Um ensaio clínico randomizado avaliando a eifcácia da toxina botulínica tipo A em pacientes com desordem temporomandibular miofascial persistente não encontrou mudanças significativas após o tratamento, em comparação com pacientes que receberam injeção de soro fisiológico. Uma revisão da Cochrane também concluiu que não existem evidências que embasem o uso da toxina botulínica no tratamento de DTM miofascial.

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