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Adaptação do corpo do miniparafuso não depende do ângulo de inserção, diz pesquisa

Alterações no ângulo de inserção dos miniparafusos não são um fator decisivo para a adaptação do corpo do parafuso, em áreas com espaço inter-radicular aumentado entre primeiro molar e segundo pré-molar superiores. É o que concluiu um grupo de pesquisadores do programa de pós-graduação em Ortodontia da Uniararas, Fundação Hermínio Ometto, e um artigo inédito publicado na edição v23n1 do Dental Press Journal of Orthodontics (DPJO).

Foram realizadas análises em 60 quadrantes maxilares posteriores, a partir de imagens obtidas por tomografia computadorizada de feixe cônico, com voxel de 0,076 mm, as quais apresentavam um miniparafuso real inserido na região mesial dos primeiros molares superiores, utilizando como ponto de referência para inserção de miniparafusos virtuais.

miniparafusos
Miniparafusos virtuais inseridos com angulação de 70o, 60o, 50o e 40o em relação ao longo eixo do segundo pré-molar, em corte transaxial (Foto: DPJO)

As distâncias inter-radiculares foram mensuradas utilizando-se três pontos marcados no corpo dos miniparafusos virtuais, inseridos com quatro angulações diferentes (70º, 60º, 50º e 40º) em relação ao longo do eixo do segundo pré-molar.

A avaliação foi realizada em quatro grupos, selecionados de acordo com a disposição das raízes dos segundos pré-molares e primeiros molares, e verificou-se que não houve diferença, estatisticamente significativa, entre as medidas dos pontos nas diferentes angulações, ou entre os grupos.

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Discussão

De acordo com os autores, a escolha do espaço de inserção, entre primeiro molar e segundo pré-molar superiores, se deu por acreditarem que trata-se da região onde há maior disponibilidade de espaço na superfície vestibular da maxila, além de ser uma região de aplicação clínica significativa.

A literatura ortodôntica não é unânime quando o assunto é valor da angulação. Os pesquisadores destacam, no texto, que alguns autores preconizam a inserção com angulação de 30º a 40º em relação ao longo eixo do dente, para minimizar o risco de contato entre o parafuso e as raízes, enquanto outros recomendam uma inserção mais perpendicular na maxila, pois entendem que esse fator não aumenta o risco de contato entre o parafuso e as raízes, além de possibilitar uma melhor distribuição de forças na cortical óssea.

Visualização de três cortes tomográficos e reconstrução 3D (Foto: DPJO)

O estudo registrou o fato de que, na proporção média do miniparafuso, localizada a aproximadamente 4 mm da cortical óssea, encontra-se a região com menor espaço inter-radicular. Sendo assim, ao inserir um miniparafuso na superfície vestibular da maxila, o momento em que há maior risco é quando o corpo do miniparafuso atravessa essa região, o que equivale à metade do comprimento do parafuso de 8 mm. “Deve-se estar atendo à sensibilidade do paciente ou a um possível aumento de resistência à inserção, quando cerca de 4 a 5 mm do miniparafuso estiverem inseridos no osso”, dizem os autores.

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