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O abscesso periapical agudo e crônico

O abscesso dentário ou periapical, tanto na variável aguda quanto na crônica, consiste em um processo inflamatório com formação de pus nos tecidos periapicais, localizados ao redor da ponta da raiz do dente, que normalmente provocar dor.

Existem duas classes de abscessos: o abscesso agudo e o abscesso crônico. O abscesso agudo se caracteriza por tratar-se de uma agressão mais violenta ao organismo, causando uma reação mais intensa das suas defesas, enquanto que no abscesso crônico a agressão é menos intensa e, por conseguinte, a reação do organismo é mais lenta e débil, podendo desenvolver-se durante meses e incluso anos sem sequer ser descoberto. Contudo, cumpre destacar que em termos de conseqüências, ambos são iguais.

O abscesso agudo

O abscesso periapical agudo pode ser causado por agentes físicos, químicos e microbianos, responsáveis por alterações inflamatórias irreversíveis do órgão pulpar, com posterior infecção do tecido periapical. O motivo mais comum é a presença dos microorganismos que causam as cáries que, ao não serem tratados adequadamente, acabam infeccionando a polpa do dente, e logo após, passam do interior do canal radicular à região apical.

Outra causa pode ser um tratamento de canal mal executado; no momento em que o cirurgião-dentista retira a polpa do dente (nervo do dente) são utilizados produtos químicos (hipoclorito de sódio 1%) que se não forem aplicados convenientemente, podem atingir os tecidos vizinhos ao dente e originar um processo inflamatório.

Fases e sintomas do abscesso agudo

Podem ser estabelecidas três fases de desenvolvimento do abscesso agudo, a saber: a fase inicial; a fase em evolução do abscesso; e a fase em que abscesso pode considerar-se evoluído.

 

Na fase inicial a dor é intensa, espontânea e localizada, com formação de pus, dando a sensação de pressão e latejamento na área atingida; o dente apresenta mobilidade e sensível à mastigação, podendo essa sensibilidade estender-se aos dentes vizinhos.

Quando o abscesso está em evolução além dos sintomas citados acima, existe a presença de inchaço no rosto, apresentando consistência dura quando palpado.

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O abscesso evoluído apresenta um inchaço ainda maior, podendo até deformar o rosto do paciente; se submetida essa região à palpação, a consistência muscular é mole, sendo freqüente a constatação de febre e mal estar generalizado. Cumpre destacar que a razão do inchaço é a impossibilidade de vazamento do pus acumulado na região apical inflamada.

Tratamento

O tratamento consiste em estabelecer uma saída que possibilite a drenagem do pus acumulado no periápice, aliviando a dor no paciente de forma quase imediata.

Quando o abscesso encontra-se em fase de evolução é muito comum que o pus não saia, sendo indicado para esses casos a realização de bochechos com água morna para facilitar a saída do pus, assim como a aplicação de compressas com gelo na região inflamada da face. Em algumas situações pode ser indicado o uso de analgésicos para amenizar a dor; e nos casos em que o paciente estiver com um quadro de febre e mal estar deverão ser prescritos antibióticos.

Além dessas medidas é necessário que o cirurgião-dentista elimine a causa que motivou o abscesso, sendo muito freqüente que o canal do dente deva ser tratado; porém, quando o dente encontra-se em uma fase de danificação muito avançada, sendo impossível recuperá-lo, será necessário que seja extraído (exodontia); quando a extração for a única opção, o paciente deverá usar antibióticos para evitar que a infecção se dissemine e afete outros tecidos.

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Se o abscesso não for tratado adequadamente, podem apresentar-se conseqüências mais sérias tais como septicemia, em que há disseminação dos microorganismos nocivos através dos sistemas linfático e arterial, quadro este que pode levar o paciente à morte.

O Abscesso Crônico

O abscesso crônico pode ser causado por agentes físicos, químicos e/ou microbianos, sendo o motivo mais comum a existência de cáries. Em geral, este tipo de abscesso não apresenta sintomatologia, sendo normalmente descoberto por acaso, em ocasião de exame radiográfico de rotina, ou devido à presença de fistula. Conforme foi dito antes, podem desenvolver-se por meses ou anos sem que sejam descobertos. Para estes casos, o tratamento recomendado é a realização de tratamento de canal.

 

A melhor forma de prevenir os abscessos é realizando uma boa higiene oral, cuidando o surgimento de cáries, para o que é preciso consultar periodicamente o cirurgião-dentista.

Porém, se forem constatados os sintomas de um abscesso, é recomendável procurar atendimento odontológico imediato para que seja estabelecido um tratamento adequado evitando que a infecção cause danos ao estado geral de saúde do paciente.

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