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“A indexação na base de Dados Scopus”, por Marcio Almeida

Editorial publicado originalmente na Revista Clínica de Ortodontia Dental Press, v18n2, pelo editor-chefe do periódico Marcio Almeida

No mês de março, recebemos, com muita honra, a grata informação de que a nossa querida Revista Clínica de Ortodontia Dental Press (RCODP) passou no rigoroso processo de indexação na tão almejada base de dados Scopus. Na verdade, ser indexada na base de dados Scopus é uma conquista deveras importante para toda e qualquer revista no mundo, e alcançar esse — se assim puder-mos chamar — “sucesso” traz consigo não apenas uma medida de satisfação para os Editores, mas também a comprovação da qualidade da revista para outros membros da comunidade científica. A Scopus exige que os editores de revistas estejam atentos a vários critérios, tais como: revisão por pares (peer review), diversidade na distribuição geográfica do corpo editorial e dos autores, qualidade de conteúdo, contribuição acadêmica para o campo de conhecimento, qualidade e conformidade com o escopo e os objetivos declarados, citações dos artigos, regularidade de publicação, disponibilidade online, entre outras características. Então vamos lá: de forma simplificada, o que é a base Scopus e por que ela é de extrema importância para todos nós? Lançada em 2004, indubitavelmente é a maior base de dados de resumos e referências bibliográficas de literatura científica revisada por pares. Ela conta com ferramentas inteligentes de bibliometria, para poder rastrear, analisar e visualizar pesquisas científicas. O leitor poderia perguntar: “Mas por que uma revista deve ser indexada na Scopus?”. Primeiro porque é um registro, um reconhecimento de quem produziu um artigo. Segundo, porque certifica e assegura a validade e integridade do que foi publicado num dado artigo. Terceiro, a indexação garante a difusão.

Ser revisor, autor ou editor de uma revista indexada no Scopus é diferente de uma que não é. Para os autores, garante maiores chances de vir a ser colaborador em novas publicações. Para a revista, esse processo de indexação facilita, ainda, a captação de novos membros para compor o corpo editorial de revisores. Os benefícios se estendem, ainda, sobre outros aspectos, como: mais visibilidade e chances de atrair colaboração internacional, maior possibilidade de obter um aumento das citações e o artigo ser mais lido, além do fato de integrar uma ampla comunidade de especialistas em áreas/disciplinas distintas. Assim, fica claro que a indexação se torna fundamental para galgarmos degraus cada vez mais altos e elevarmos o nível das publicações no âmbito da Ortodontia mundial.

Aqui no Brasil, por meio do conceito Qualis/Capes, temos um aferidor da qualidade de uma publicação, dependendo de onde ela é publicada. O Qualis confere uma classificação aos periódicos que retrata o produto intelectual dos programas de pós-graduação de todas as áreas do conhecimento. Antes, o sistema tinha a sua própria plataforma, mas, atualmente, faz parte da Plataforma Sucupira, que engloba vários sistemas e funcionalidades oferecidos pelo Ministério da Educação (MEC). Surgido em 1998, o Qualis é um sistema que faz a classificação da produção científica dos programas de pós-graduação brasileiros, no que diz respeito aos artigos publicados em diversos periódicos, revistas, anais e livros científicos. O método de análise foi criado para classificar a qualidade dos artigos e pesquisas científicas. Comissões científicas da Capes classificaram em A, B ou C, respectivamente, as revistas de abrangência internacional, os periódicos com alcance nacional e os títulos com foco no público local. Periodicamente, a classificação Qualis passa por um processo de atualização. Isso é importante porque novos periódicos aparecem com frequência, nas mais diversas áreas. Porém, existe uma categorização básica, que varia de acordo com indicativos de qualidade. Esses indicadores vão de A1 (mais elevado), passando por A2, B1, B2, B3, B4, B5, até C (com peso zero).

A nossa querida Revista Clínica de Ortodontia provavelmente passará a ser classificada como B3, ou seja, no Brasil apenas duas revistas da área da Ortodontia atingiram essa posição: o Dental Press Journal of Orthodontics (que já é B2) e a RCODP. Todas as outras revistas específicas da nossa área são categorizadas como B4 ou B5. Mas o leitor poderia perguntar: “Qual a diferença entre uma revista ser B3 ou B4/B5 pela CAPES?”. A questão é simples: para contar como produção de um curso de pós-graduação, a revista tem que ter o Qualis B3. Não obstante a RCODP ser uma revista clínica voltada para o ortodontista clínico, em função de consubstanciar-se alicerçada em rigorosos critérios de avaliação pelo Scopus — como longevidade, pontualidade, imparcialidade (revisão por pares duplo-cego) e outros importantes quesitos —, alçamos um belíssimo e alto voo, com a envergadura necessária para obtenção desse reconhecimento. Cabe, aqui, lembrar que essa conquista se estende a todos os envolvidos: os editores-chefes que me antecederam, os editores associados, os revisores, os diagramadores e, claro, os autores. Parabéns a todos pela conquista.

Um abraço do Marcio Almeida e fiquem com Deus

 

 

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