Pesquisadores da Universidade de Washington (UW), em Seattle, nos Estados Unidos, desenvolveram um produto natural que usa proteínas para reconstruir o esmalte dentário e tratar cáries. A pesquisa inédita foi publicada na revista ACS Biomaterials Science and Engineering.
Inspirando-se nas próprias proteínas naturais formadoras de dentes do corpo, a equipe da UW criou uma maneira de reparar o esmalte dos dentes. Os pesquisadores conseguiram isso capturando a essência da amelogenina – uma proteína crucial para formar o esmalte da coroa dura – para projetar peptídeos derivados da amelogenina que são biomineralizados e são o principal ingrediente ativo da nova tecnologia. O processo de reparo bioinspirado restaura a estrutura mineral encontrada no esmalte dentário nativo.
“Esses peptídeos comprovadamente se ligam às superfícies dos dentes e recrutam íons de cálcio e fosfato”, disse Deniz Yucesoy, co-autora e aluna de doutorado da UW.
“Remineralização guiada por peptídeos é uma alternativa saudável para os cuidados de saúde bucal atual”, disse o autor principal Mehmet Sarikaya, professor de ciência dos materiais e engenharia e professor adjunto do Departamento de Engenharia Química e do Departamento de Ciências da Saúde Bucal.
Os novos produtos odontológicos biogênicos podem – em teoria – reconstruir dentes e curar cáries sem os tratamentos desconfortáveis disponíveis hoje. “As formulações ativadas por peptídeos serão simples e implementadas em produtos de venda livre ou clínicos”, disse Sarikaya.
A tecnologia ativada por peptídeos permite a deposição de 10 a 50 micrômetros de novo esmalte nos dentes após cada uso. Uma vez totalmente desenvolvida, a tecnologia pode ser usada em ambientes de saúde pública e privada, em pasta de dentes, géis, soluções e compósitos biomiméticos, como uma alternativa segura aos procedimentos e tratamentos odontológicos existentes.
A tecnologia permite que as pessoas reconstruam e fortaleçam o esmalte dental diariamente, como parte de uma rotina de atendimento odontológico preventivo. A expectativa é que o produto seja seguro para uso por adultos e crianças.
Fonte: Science Daily e ACS Publications